Uma carta para um desconhecido

26 de abr. de 2016
Esse post pertence a este projeto, que é basicamente todo mês escrever uma carta de coração: falando de auto-descoberta, para alguém do passado ou um simples desabafo.




Caro desconhecido, como sinto vontade em beija-lo, mas não qualquer beijo, quero te beijar com força, quero te beijar de olhos bem fechados, assim como quando fechamos os olhos quando abraçamos a mãe, um amigo de infância, um irmão, um namorado, quero te beijar assim porque é quando meu coração se sente bem, ele se sente em casa. Sem dúvidas, vou te beijar molhado, até ficar sem fôlego e sentir vontade de rir, vou beijar incansavelmente e antes de dormir.

Nem lhe conheço e fico pensando no amanhã, em como estará você e eu nessa existência. Creio que você será indecifrável, utópico e incompreensível, mas é assim que eu gosto, do impossível, do inexistente, da loucura, da vontade. Estou ansioso pra te conhecer, pra te pegar de jeito e ver você me fazer suspirar, me surpreender e me deixar louco pedindo pra repetir, mas não vou precisar me preocupar porque sei que sempre terá uma carta na manga e me aprontará algumas.

Sei que pretende me dar alguns bons sustos, me dará alguns bons ataques cardíacos e outros bons socos na cara. Porém, ao mesmo tempo, fará isso pra me estabilizar, me levantar e me fazer feliz. Sei que me dará boas oportunidades, quase como um braço direito, como se estivesse tudo prescrito. Estou, meu caro desconhecido, louco para te conhecer.

E se você não fosse desconhecido, eu não te chamaria de destino.

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  1. Eu li esta e as outras cartas desse projeto e posso dizer que são todas maravilhosas. Seus textos são muito bons para refletir sobre as coisas da própria existência.

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