um dia desses você disse
com veemência que eu devia fechar mais os olhos,
abrir mais a boca,
para sentir o gosto do vento,
o gosto da água que cai do céu,
logo estas coisas que dizem que nunca tem saber algum,
um dia desses chovia e ventava, como é suposto em todos os finais de ano
a água continua com gosto de água,
o vento continua com gosto de vento,
e os olhos continuam fechados,
porque, analisando com os cabelos e roupas encharcadas,
fazia tempo que eu não sentia sede,
fazia tempo que o vento não fazia cócegas,
fazia tempo que eu não me surpreendia com simplicidade.
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