A vida se constrói em pequenas tentativas e insistências. Quero tirar do papel as mil ideias que ficaram no subconsciente, sempre me lembrando de que estão ali, nos diversos textos que comecei e deixei pela metade no bloco de notas, nos projetos que nunca saíram do rascunho. A vida se constrói em pequenas tentativas e insistências. Já virou um costume nomear os anos: rotina (2023), reconectar (2024) e agora insistência (2025). Isso porque nem as rotinas funcionaram, nem a conexão – ou melhor, a reconexão – funcionou, porque me faltava a insistência. Em outras palavras, também faltou coragem.
Insistir é da natureza humana. Desde criança insistimos com nossos pais para nos dar coisas, choramos, fazemos birra até conseguirmos o que queremos. Não sei em que momento da vida nos perdemos e aceitamos essa conformidade com as coisas, simplesmente aceitando que é assim, e pronto. Sem discussões. Insistir exige um trabalho diário: ser artista, abrir mais um documento de texto, carregar um caderninho pequeno por aí, mesmo sabendo que a possibilidade de escrever é quase nula; cuidar melhor de si, alongar todos os dias, desligar o celular, dar uma pausa e respirar fundo.
Quero fazer as pazes com o erro, e não é sobre insistir no erro, mas aprender com ele, me tornar amigo dele. Insistir no aprendizado, nas coisas que estão no caminho. Quero insistir no caminho do autocuidado, na resiliência, na arte em que acredito, nas palavras que escrevo, nas fotografias acumuladas no meu cartão de memória. Quero insistir também no desconforto, continuar mesmo quando tudo está desfavorável (sabemos que usamos a desculpa de não ter o equipamento perfeito, o clima perfeito, o dia perfeito...).
Quero insistir no mundo, mas principalmente em mim.
Talvez seja um ano de socorro e recuperação, de entender que temos todo o tempo do mundo para insistir quantas vezes for possível.
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Esse post faz parte da seleção de temas feita no grupo criado pela Amanda e Ba, com o intuito de compartilhar perspectivas diferentes sobre os mesmos assuntos. O tema da vez é: a palavra do ano.
Os blogs de quem está participando também: ba moretti, taís, bruna palma, gabriela miranda, amanda moresco.
Igor, amei teu post! Num geral, as pessoas tem vergonha da desistência ou da falha. Quando isso acontece, muitos não se sentem fortes/dignos de tentar de novo. Um dos ensinamentos que a natureza nos dá é "sempre há uma nova manhã". Uma nova chance. Over and over and over again.
ResponderExcluirQue texto lindo, Igor! Eu me vi muito nele também, fui ficando conformada com algumas coisas, que é assim e pronto, que nunca vou conseguir... e também preciso dessa insistência, dessa coragem de tentar de novo e nunca desistir. Obrigada por essas palavras <3
ResponderExcluirAchei incrível a ideia de nomear os anos e com certeza irei fazer!!! Parabéns pela coragem e insistência :)
ResponderExcluirBeijos,
Carol