Resenha: "Fernão Capelo Gaivota", de Richard Bach

19 de nov. de 2014
Richard Bach
Editora Record
110 páginas
Para as pessoas que inventam suas próprias leis quando sabem ter razão; para quem tem um prazer especial em fazer as coisas bem feitas, nem que seja só para elas; para as que sabem que a vida é algo mais do que aquilo que os nossos olhos vêem.
Algumas leituras tem a função somente de entreter, outras nos divertem a pela e alguns outros nos fazem pensar por horas, tirar demasiadas conclusões e ensinamentos. 
"-… um dia, Fernão Capelo Gaivota, compreenderás que a irresponsabilidade não compensa. A vida é o desconhecido e o desconhecível"
O grande clássico de Richard Bach de tão curto pode ser lido em uma tarde, contando a história de Fernão, uma gaivota que tem um jeito de viver atípico ao do seu Bando - prefere voar e se dedicar a técnicas de voo, manobras e artífices invés de se comportar como qualquer outra gaivota do bando, que nasce apenas para os instintos mais chulos como comer.  Porém a história de Fernão Capelo Gaivota mostra muito mais do que a diferença aparentada no enredo, provoca um sentimento que toca fundo, nos fazendo perceber que a vida é independente daquilo que está girando em torno de nós, que não há limites para sermos que somos, para sermos felizes. Tudo o que nós queremos, só depende de nós mesmos e da nossa resposta diante das dificuldades. 

É uma história que você pega para absorver pelo menos uma das muitas mensagens que ele passa. E não tem como me arriscar a qual temática o livro se refere, são tantas em poucas páginas, amar, ser, pensar, medos, superação e se libertar - essa última é a palavra que mais identifica o livro: liberdade. Assemelhando a liberdade ao pássaro, o qual já leva a fama, mostra que não se pode prender ninguém e querer tentar encaixar tudo sempre ao padrão, não adianta jogar um gavião do penhasco se o coração dele é de uma galinha, o mesmo acontece com Fernão: viver com o propósito apenas de comer não é o seu sonho, não é o que o faz feliz e ele vai em busca do que o agrada e o liberta, podemos comparar isso a quê? A vida de cada um, a qual buscamos o sentido para isso tudo e quando encontramos... bem, lutamos! 
- Afastar – disse uma voz saída da multidão – mesmo que isso seja contra a Lei do Bando?
- A única lei verdadeira é aquela que conduz à liberdade – respondeu Fernão. - Não existe outra.
- Queres que voemos como você voa? – perguntou outra vez. – Você é especial, dotado e divino. Você é superior aos outros pássaros.
- Olhem para o Francisco! Para Teseu! Para Ronaldo! Também serão especiais, dotados e divinos? Não são mais do que tu, não são mais do que eu. A única diferença é que eles só agora começaram a entender o que realmente são e a pôr em prática esse conhecimento.
O romance de Bach é atemporal e de uma leitura muito leve e fácil, quase de caráter infantil, mas uma leitura - por que não? - fundamental para qualquer pessoa, pelo simples fato de ele fazer crescer qualquer  um que entre em contato com a história de Fernão Capelo Gaivota. Acredito que esse romance, é identificável a todos o que lerem, uma obra curta, mas fantástica, com o poder de não mover montanhas e sim trazer conhecimento e inspiração (principalmente) para cada pessoa, podendo ser associado a uma situação familiar, pessoal (!!!), profissional ou ate mesmo financeira, falando constantemente que: você tem que ser você
"- Vai começar a se aproximar do paraíso, Fernão, no momento em que atingires a
velocidade perfeita. E isso não é voar a mil e quinhentos quilômetros por hora, nem a um
milhão, nem à velocidade da luz. É que nenhum número é um limite e a perfeição não tem limites."
Uma leitura recomendada, não preciso explicar, apenas deixe-se tocar. 

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  1. Esse é meu livro preferido, é aquele que recarrega minhas energias, aquele que me faz seguir em frente quando quero desistir, ter a garra que o Fernão teve, ser incomum e inconvencional, ser fiel e ser corajoso, Fernão é e será minha inspiração pra sempre, Richard Bach me proporcionou o melhor que poderia!

    Indico esse livro pras pessoas que vão aproveitar ele!

    Parabéns pela resenha!

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