Para o inferno todo o seu medo e sua frieza

31 de dez. de 2015


Para o inferno.
Todo o seu medo.
Toda sua frieza.

De tempos em tempos fico vagando numa rede social, discutindo sobre o amor, sobre se doar e porquê está tão difícil namorar hoje em dia. Realmente é difícil dar a confiança a alguém que conhecestes pela internet, por um aplicativo amoroso ou num lugar singelo. Creio que vários fatores influenciaram os jovens de hoje em dia, desde o processo capitalista às experiências primárias do amor.

Dificilmente o primeiro amor de nossas vidas é o que iremos casar, ter nossa casa e filhos. Na verdade, é o que irá te dar a maior decepção, dor e frustração. Depois desse estamos realmente preparados para conhecer alguém, tomando os devidos cuidados. De cuidado em cuidado, fica o medo. Se não o medo, a frieza.

Quem vos escreve tem duas experiências de namoro, uma onde foi medroso e frio e, uma onde se entregou de coração. Sem sombra de dúvidas a segunda experiência foi a melhor, porque se tu fazes algo com medo e incompleto, tu não sentiras da maneira certa. É o jogo do retorno. Tu ama para ser amado. Se tu não ama, tu quer amor? As pessoas ficam muito presas no mundo confortável e "seguro" que elas criam, depois ficam se sentindo incompletas e reclamando disso.

Para o inferno todo o seu medo e sua frieza.

Imagina que você sofreu, abriu-se um buraco no seu coração e decidiu que não vai e doar para mais ninguém simplesmente por precação. Agora imagine tu em outra forma, uma que sofreu, se recompôs e se doou novamente. Sentiu a diferença? Na segunda você deu-se a oportunidade de ser feliz com alguém por tempo indeterminado e dar chance a outra pessoa - totalmente diferente daquela que te fez chorar. Se você se trancar dentro de si com medo dos homens, teu tempo passará e poderá perder oportunidades únicas de ser feliz por tempo indeterminado com várias pessoas - ou uma pessoa. Quem perde? Tu ou eu? Porque já comecei a me entregar de olhos fechados, dói no final, mas é bom, compensa.

Eu choro, grito, tremo e meus amigos me seguram. Obrigado, queridos.

Pronto coração sarado e louco para o próximo risco.

Tem funcionado assim para mim, não mais me fechar dentro de mim mesmo, não mais temer ser machucado, não mais segurar o choro. É ruim? É, mas é bom também. É bom poder contar história, ter experiência, ter cuidado. É bom se apaixonar, contar besteira, passar noite em claro. Não há como abrir mão disso só por causa de uma feridinha no coração - às vezes pode ser uma puta merda de ferida, mas cura amigo, certeza.

Por isso digo para tu mula azeda, quando alguém aparecer sorrindo bobocamente para você e dizendo que quer te amar, deixe ser amado, deixa-se confiar e se apaixonar. Provavelmente você irá se machucar, mas tu não podes ter razão ou dúvida disso, porque não há como saber. Vida é loucura, sendo dura só pra quem é mole. Vai tu pro inferno se acha que é legal guardar teu amor do mundo.

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  1. amando seu blog e vou admitir que as minhas duas experiencias amorosas foram bem dolorosas...mas estou de coração aberto para amar.

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    1. seja bem-vindo Capitão Nascimento! MAIS AMOR NESSE ANO QUE ENTROU <3

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  2. Oi, moço!

    Esse texto mexeu comigo, porque ainda diz muito sobre meu 2015. Sabe, eu sempre me apaixonei e muitas vezes achei que fosse amor. Até o ano passado. 2015 foi o ano pra eu descobrir muitas coisas, inclusive que paixão não é absolutamente perto do amor e, mesmo que esse amor não seja o esperado, nos dá vários ensinamentos. Esse amor me ensinou que a frieza não é, nunca, uma resposta. Porque, por causa dela, eu ferrei com tudo e é um dos meus maiores arrependimentos da vida.

    Adorei esse trecho: "De cuidado em cuidado, fica o medo. Se não o medo, a frieza". Mas, ao invés da frieza, acho que fica a tristeza mesmo </3

    Ótimo texto, tô completamente apaixonada por eles e pelo seu blog, parabéns! ;)

    Love, Nina.
    http://ninaeuma.blogspot.com/

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