Resenha: "Pedra no Céu", de Isaac Asimov

11 de set. de 2016
Pedra no Céu
Isaac Asimov
Editora Aleph, 2016
312 páginas
Qualquer planeta é a Terra para aqueles que nele vivem. O alfaiate aposentado Joseph Schwartz desfrutava de uma pacífica caminhada de verão quando, devido a um acidente em um laboratório na mesma cidade, foi involuntariamente transportado milhares de anos para o futuro. Chega então a uma Terra marginal e abandonada, cuja superfície é quase toda inabitável, e que fica às margens de um grandioso Império.
Há algum tempo tenho vontade de ler algo do Isaac Asimov, autor considerado um dos "três grandes" fundadores da ficção científica. Asimov é um autor antigo, seus livros estão no mercado há mais de 60 anos, com isso achei que a leitura de suas obras nunca seriam fáceis, afinal, ficção científica já é algo um pouco complicado para quem não tem costume, contudo surpreendi com uma escrita simples. Uma com termos técnicos e conceitos técnico-científicos, mas fluída.
”… o senhor se surpreenderá além da conta. Já faz quatro anos que estou na Terra, e minha experiência não é das melhores. Acho que esses terráqueos são patifes e cafajestes, todos eles. Definitivamente são nossos inferiores intelectuais. Eles não têm aquela faísca que espalhou a humanidade por toda a Galáxia. São preguiçosos, supersticiosos, avarentos e não demonstram qualquer sinal de nobreza na alma. Eu desafio o senhor, ou a qualquer um, a me mostrar um terráqueo que possa ser equiparado, em qualquer sentido, a qualquer homem de verdade, ao senhor ou a mim, por exemplo, e só então reconhecerei que ele pode representar uma raça que um dia foi nossa ancestral. Mas até lá, por favor, me isente de fazer uma suposição dessas.”
 
Pedra no Céu, como pode observar pela passagem que coloque acima, é um exemplo do livro xenofóbico: Os seres da Terra são tratados de maneira diferente dos demais habitantes da galáxia, pois os terráqueos, para os demais, são cheios de doenças, pouca capacidade intelectual e impossíveis de viver em outro lugar, se não na própria Terra, um lugar altamente radioativo, fraco e improdutivo  - onde a vida se limita até os 60 anos, de acordo com a lei do Sexagésimo

Isaac Asimov, pelo que percebi, envolve em suas criações bastante conceitos técnicos e complexidade, ma sua narrativa consegue ser acessível para qualquer tipo de leitor que busca se aventurar em ficção científica. Fazendo o uso de uma linguagem simples, com personagens de características marcantes e histórias que contém um senso de humor leve e único.

 
Minha primeira experiência com Isaac Asimov não poderia resultar em outra: quero ler outros livros deste autor - já estou com Eu, Robo na estante só esperando. A leitura de Pedra no Céu, foi simples desde o início, mas tenho que deixar claro que nas primeiras páginas o leitor ficará perdido, pois o autor não se preocupa em jogar tantos personagens e perspectivas sobre o leitor. 

Esse é um dos primeiros livros lançados por Asimov, fiquei feliz em ter começado por este e saber que os seus livros seguem uma, como podemos dizer..., "concordância" - interagindo entre si. Estou ansioso para começar outros livros e me aventurar pela Fundação e conhecer personagens tão bons quanto apresentado neste volume a qual resenho. 

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