Resenha: "A Irmã da Sombra", de Lucinda Riley

15 de set. de 2016
A Irmã da Sombra
As sete irmãs, livro 03
Lucinda Riley
Editora Arqueiro
512 páginas
Em A irmã da sombra, terceiro volume da série As Sete Irmãs, duas jovens igualmente determinadas, porém de séculos distintos, conectam-se por meio de diários que retratam uma vida intensa de superação, amor e perdão.

Estrela D’Aplièse está numa encruzilhada após a repentina morte do pai, o misterioso bilionário Pa Salt. Antes de morrer, ele deixou a cada uma das seis filhas adotivas uma pista sobre suas origens, porém a jovem hesita em abrir mão da segurança da sua vida atual.

Enigmática e introspectiva, ela sempre se apoiou na irmã Ceci, seguindo-a aonde quer que fosse. Agora as duas se estabelecem em Londres, mas, para Estrela, a nova residência não oferece o contato com a natureza nem a tranquilidade da casa de sua infância. Insatisfeita, ela acaba cedendo à curiosidade e decide ir atrás da pista sobre seu nascimento.

Nessa busca, uma livraria de obras raras se torna a porta de entrada para o mundo da literatura e sua conexão com Flora MacNichol, uma jovem inglesa que, cem anos antes, morou na bucólica região de Lake District e teve como grande inspiração a escritora Beatrix Potter. Cada vez mais encantada com a história de Flora, Estrela se identifica com aquela jornada de autoconhecimento e, pela primeira vez, está disposta a sair da sombra da irmã superprotetora e descobrir o amor.

Ai. Meu. Deus! Acho que não é novidade, pra quem acompanha minhas resenhas, que sou fã declarada da autora Lucinda Riley e que leria qualquer coisa escrita por ela sem medo de ser feliz. Sou apaixonada pelo seu jeito singular de escrever e por sempre intercalar duas histórias, uma no presente e outra de muito tempo atrás, sendo sua assinatura registrada. Sim, já li livros assim de outros autores e alguns se tornam bem torturantes, por nos identificarmos sempre mais com uma das histórias, mas, juro que com a Lucinda é diferente.

“Um cômodo sem livros é como um corpo sem alma.”
Declarações de amor à parte, A Irmã da Sombra é o terceiro livro da série Sete Irmãs, que consiste em sete livros contado a história de cada uma das irmãs Plêiades, todas adotadas pelo senhor Pa Salt, vindas de diferentes partes de mundo. A série pode ser lida em qualquer ordem e não alterará seu entendimento. Achei isso genial, porque não obriga o leitor a adquirir a série inteira se não quiser. Esse, em específico, conta a história da irmã Asterope D’Aplièse, ou como é mais conhecida, Estrela. Logo no início descobrimos que o pai das meninas faleceu (o que do meio pro fim, comecei a acreditar que pode não ser verdade), deixando pra cada uma delas uma carta que continha informações sobre o passado delas, caso elas decidissem saber mais sobre suas vidas antes da adoção.



"Bem, Estrela querida, no final das contas a gente conseguiu fazer essa flor brotar. Beijo, Pa."
Estrela vivia à sombra da irmã Ceci, pois nunca gostou de falar, apesar de se dar bem com as palavras escritas, sendo a irmã a sua porta-voz em todas as ocasiões desde a infância. Após o falecimento do pai, a decisão de morar juntas foi imediata. Porém, com a decisão de finalmente abrir a carta e ver o que o pai havia deixado para ela, Estrela segue a indicação contida na carta para ir a uma livraria e é lá que ela conhece Orlando, dono da livraria e quem viria a se tornar seu patrão e amigo, e toda a família dele, contendo os irmãos Mouse e Marguerite e o sobrinho, Rory. A família então passou a se tornar presença constante na vida dela, a deixando tão envolvida com a amizade alí construída e passando a conhecer seu passado, que o vínculo com a irmã foi passando a desvanecer.



É então que conhecemos a outra história dentro do livro, somos apresentados à Flora por meio dos diários da mesma, que segundo Pa Salt deixou escrito na carta para Estrela, era alguém que significava bastante no seu passado. Os diários, que foram apresentados a Estrela por Mouse (que ajudou Estrela e se ajudou de uma forma a parecer uma quebra cabeças de últimas peças que só funcionam juntas), contavam a história de Flora de forma apaixonante, em meio a muito sofrimento e amor. Sua história de vida e amor por Archie (personagem que me apaixonei perdidamente) tem muitos altos e baixos e momentos de surpresa o tempo todo, deixando a gente sem ar, sem vontade de largar o livro um instante sequer.

As duas histórias têm uma ligação incrível, nos fazendo amar ambas na mesma proporção, assim como suas personagens, que com certeza deixaram marcas no meu coração literário. O fim da história é comovente, bonito e real. O rumo que a vida de Estrela e Flora tomaram foi surpreendente de uma forma positiva demais, de deixar sorrisos e lágrimas no meio do caminho. O amor, mesmo que talvez por pouco tempo dando certo na vida delas, foi marcante e inspirador. Enxergamos com facilidade os nós sendo desatados e os laços sendo feitos. Se tornou, sem dúvida nenhuma, meu livro favorito da autora. E um dos favoritos da estante.

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