Resenha: "Nerve", de Jeanne Ryan

9 de jan. de 2017
Nerve
Jeanne Ryan
Editora Planeta
304 páginas
Você já se sentiu desafiado a fazer algo que, mesmo sabendo que pode se arrepender depois, acaba levando em frente? A heroína deste livro também.
Vee cansou de ser só mais uma garota no colégio, e quer deixar os bastidores da vida para assumir seu merecido posto sob os holofotes. E o jogo online Nerve, febre nacional transmitida ao vivo, pode ser o início dessa trajetória de sucesso. Basta que ela clique no botão “Jogador” em vez de “Espectador” para entrar na disputa, que propõe, a cada etapa, um desafio novo.
A adolescente acaba formando uma dupla imbatível com Ian, um garoto desconhecido com quem trava contato ao se inscrever em Nerve. Juntos, vão galgando posições no jogo. Mas, conforme os dois avançam na disputa, os desafios ficam cada vez mais complexos... e perigosos.

Sabe quando você não consegue soltar um livro porque a história é gostosa de ler? Então, estamos falando de Nerve. Esse livro conta a história de Vee, uma adolescente comum, cheia de talentos com as artes e participante do teatro da escola como maquiadora. Ficar atrás do cenário nunca foi problema para Vee, tendo a melhor amiga, Sidney, como estrela principal e o crush, Mattew, como par romântico da mesma, isso nunca lhe pareceu um contratempo. Pelo contrário, ao ver as cenas românticas por detrás das cortinas e acompanha-las com o texto na ponta da língua, ela conseguia facilmente e sem ciúmes imaginar-se no lugar da amiga, beijando o ator que era sua paixão secreta. As coisas mudam de cena quando Vee é desafiada por Matt, que fala sobre o jogo famoso na internet, Nerve, e insinua que ela não seria capaz de jogá-lo. Isso a deixa furiosa e louca pra mostrar-lhe que ela é capaz de estar na frente das cortinas.



Nerve é um jogo virtual onde são lançados desafios. Há a opção de jogar e a opção de apenas observar. Se o desafio for cumprido, e tudo deve ser filmado, há um prêmio. Com a ajuda de Thommy, um amigo que trabalhava nos cenários das peças, Vee acaba decidindo participar de um desafio apenas para mostrar a Matt que ele não a conhecia o bastante e que ela era, sim, capaz de vencer um desafio. Após o primeiro desafio vencido, apesar do constrangimento que a tarefa exigia, Vee decide continuar participando, estimulada pelos prêmios maravilhosos e pelo seu parceiro de jogo, Ian, a quem o próprio jogo lhe apresentou. Tudo vira uma enorme aventura e a cada novo desafio precisamos lembrar de soltar o ar antes do fim, pois é de uma aflição gigantesca! Mas talvez todos os prêmios e as oportunidades oferecidas não valessem o fim de suas amizades ou até viver desafios que arriscassem sua vida, certo? Não! Cada novo desafio se torna mais difícil e perigoso, mas depois de cumpridos parecem divertidos e fáceis. O alívio e a premiação os faziam sempre querer mais e o jogo parecia conhecer a fundo os maiores desejos dos jogadores.



É um livro de leitura fácil, jovem e fluida de forma que facilmente leria em apenas um dia livre, apesar de falar sobre um tema pesado nos tempos em que vivemos, nossa relação com a tecnologia. Tem um "quê" de Black Mirror, Jogos Vorazes, reality show, sabe? Uma crítica a nossa doentia posição diante ao sofrimento, constrangimento e vergonha alheia, sobre querermos assistir a esse tipo de coisa. Um estranho prazer em ver pessoas sentimento medo e humilhação. Apesar de ser uma história gostosa de ler, tem uma mensagem forte quando refletimos que facilmente esse jogo faria sucesso em nossa realidade, apesar de todo o perigo envolvido àqueles que participassem. O livro deu origem ao filme "Nerve - Um jogo sem regras", com Emma Roberts e Dave Franco fazendo os personagens Vee e Ian. O filme não é cem por cento fiel ao livro, mas corresponde as expectativas e é igualmente bom. Ambos mereceram quatro estrelas e, acredito, deveriam ser leitura obrigatória de modo que todos entendessem o quanto é perigosa a exposição na internet e como devemos ter cuidado com isso.

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